quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Dia de Finados

O Dia de Finados

O Dia dos Fiéis Defuntos ou Dia de Finados, conhecido ainda como Dia dos Mortos, é celebrado pela Igreja Católica no dia 2 de novembro.
Desde o século II, alguns cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Durante vários séculos alguns pontífices orientavam para que o fieis rezassem, em um dia específico, pela alma dos mortos. No século XIII, esse dia anual passou a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1º de novembro é a Festa de Todos os Santos.
As denominações protestantes consideram as ações decorrentes do Dia de Finados inúteis do ponto de vista da fé e procuram sustentar suas convicções na letra bíblica. O entendimento é que o tempo concedido, inserido em uma única vida já passou para aquele que morreu. Cabendo apenas esperar o julgamento de Deus.
A discussão desse aspecto poderia se arrastar por muito tempo e mesmo assim uma conclusão harmonizada não se estabeleceria; talvez gerasse contenda e conflito. Por isso devemos respeitar as várias opiniões.
 Mas se o Livro de Êxodos 20.5, inserido na Bíblia, que diz “... sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta gerações daqueles que me odeiam, ...” está correto, isto quer dizer que uma relação de causa e efeito sobrevive à morte física do seu autor, alcançando até a sua quarta geração, ou seja, a sua descendência.
Então os vivos têm responsabilidades com os mortos???
Pelos olhos da Ciência talvez seja mais fácil aceitar esta premissa. Se a carga genética contida no DNA continua pela descendência a fora e se a matéria é apenas um outro estado da energia original...
Interessante, ao contrário do que muitas religiões acreditam e apregoam, colocando o Ser Humano como sórdido e os cinco sentidos como pecaminosos, o próprio Mestre nos alçou à condição de pequenos deuses.
 Será que essa tal responsabilidade fica plenamente cumprida por intermédio dos movimentos humanos que se formam em direção aos cemitérios, no dia de finados?
 Como tudo é absorvido pela Sociedade de Consumo, Finados também se tornou uma data comercial. As empresas de ônibus adoram, os fabricantes de velas e os produtores de flores também. Também adoram: o rapazola que paquera, o menino que capina as covas descuidadas, a moça da pipoca, e o moço do picolé.
 Depois de algumas lágrimas “tudo volta a ser como antes no Quartel de Abrantes.” O que sobrou do morto ficou para traz. Poucos compreendem que os laços de sintonia entre os Antepassados e sua Descendência não se rompem com a morte. E muitos continuarão com suas rotinas de delitos, egoísmos e outros desatinos, sem se aperceber que muitos de seus atos envergonham os antepassados.
 Alguns contratariam, se pudessem, tranqüilamente, uma Carpideira para chorar em seu lugar. (Carpideira é uma profissional feminina cuja função consiste em chorar para um defunto alheio, sem qualquer laço de sentimento ou de parentesco. É uma verdadeira terceirização da dor. Curioso é que a profissão existe há mais de 2 mil anos.)
No Brasil, as carpideiras chegaram junto com a colonização portuguesa. Inicialmente o pagamento não era feito em dinheiro, mas com bens da família do defunto. Itha Rocha é a carpideira mais conhecida no Brasil. Já chorou em velórios de pessoas como Lady Diana e Clodovil Hernandes e chega a ganhar até 300 reais por trabalho.
No entanto, mesmo que o dia de hoje seja de finados, deixemos a morte de lado; ela por si se resolve. A morte é tão certa que não precisamos nos incomodar com ela. Falemos então sobre vida. Será que hoje ao despertar agradecemos a Deus por estarmos vivos? O marido agradeceu a esposa pelo seu desvelo no dia a dia? A esposa por sua vez fez algo para cativar o seu marido, como um mimo de gratidão e retribuição pelo seu esforço? Será que filhos e pais se abraçaram e toda a Família reunida livremente falou o quanto um é importante para o outro? Será que agradecemos por podermos enxergar, ouvir, cheirar, provar, tocar e através dos cinco sentidos agir e interagir com essa Natureza maravilhosa que Deus nos preparou? Será que para os nossos vizinhos direcionamos um bom dia feliz e um sorriso terno? E sobre o perdão, será que perdoamos no dia de hoje aqueles que já sabemos que temos de perdoar? Será que pedimos perdão a quem temos de pedir? Será que dissemos com sinceridade para alguém “eu te amo”?
Quero abrir alguns segundos para nós refletirmos. Hoje é 2 de novembro de 2011, Quarta-Feira, Dia de Finados em muitas partes do Mundo. Muitos dos que estão nos cemitérios, lembrando e pranteando seus mortos e outros que estão simplesmente aproveitando o feriado, nem imaginam que não conhecerão a Quinta-Feira. Por isso nos abracemos, festejemos a presença. A presença é sempre um presente divino. Já a ausência é futura e incerta para nós simples mortais. No entanto ela possui uma data bem guardada no Calendário de Deus. Viva a Vida!!!

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