domingo, 9 de outubro de 2011

E ASSIM FINALIZAMOS

E ASSIM FINALIZAMOS
 (Uma despedida, quase canção)


A expressão acima valeria como um ponto final. Graficamente, no entanto, os pontos fecham as orações e completam as idéias, mas não suspendem ou finalizam a vida que é composta de vários acentos. Alguns são leves, só para respirar, outros são ásperos e tônicos que balançam e desequilibram a própria existência. Mas que gosto teria a vida se não fosse as incertezas, o desafio e o medo, as alegrias e as tristezas, as chegadas e as partidas, a presença e as saudades?
Assim sendo nada é findo e tudo que vivemos foi lindo, teve o gosto de vida.
Se imaginarmos que se fosse possível montar artificialmente um teatro que congregasse as nossas existências, individualmente e inter-relacionadas, impregnadas das nossas relações familiares e sociais, dos nossos sonhos e frustrações, das nossas fraquezas e virtudes; rios de dinheiro precisariam ser gastos. Porque nessa montagem técnica, tudo que temos, próximo e distante, ou simplesmente sabemos da existência, teria que ser construído.
Só que não se faz necessário, o Criador nos dá de graça, no singelo e grandioso ato de nos conceder a vida. E ainda num gesto de amor reúne pessoas diversas, distintas no exterior, diferentes na linguagem, múltiplas no comportamento, no sentir e no perceber, para conviverem e treinar as virtudes que formarão a eterna bagagem.
Depois o mesmo Pai que nos reuniu sopra forte e nos dispersa pelos caminhos do tempo, em viagem sem fim, queiramos ou não. Algumas das muitas plantações que fizemos no plano das idéias ficarão materializadas nas raízes, no caule e nas folhas das árvores que fincamos no solo amigo da nossa Companhia. Deus fa-las-á florescer.
Muitas sementes do passado, adubadas pelo tempo só germinam lá no futuro e de modo tão sutil que parece terem caído das estrelas (quem sabe caíram...?).
 O tempo destrói e constrói crenças e certezas e adocica queixas e dores como as pedras e os morros são polidos pela erosão, na motricidade dos ventos, das chuvas, do calor e do frio. . .
         Acho que chegou o momento de pedir perdão. Humildemente peço perdão a todos os meus alunos pelos erros cometidos.
Que ironia, meu Deus! Quantas vezes tinha grande amor no coração e deixei me contaminar pela ira, tinha uma mensagem suave na mente e minha boca verbalizou grosseiramente... Hoje que já estamos falando sobre o passado, afirmo com humilde emoção, muitas coisas eu faria diferente. Perdão!
Mesmo assim continuaremos, desconhecidos jamais seremos. No meu sentimento haverá sempre um espaço imenso onde todos Vocês poderão sorrir e chorar.
O saber ouvir suplanta a eloqüência.
Oro a Deus que lhes conceda as experiências necessárias ao treinamento individual que possam lapidar o corpo, a mente e o espírito e lhes conduzir no caminho do bem.
O verdadeiro Policial é um Salvador. Tal como o cisne, mesmo que nade em águas turvas, mantém a pureza de suas vestes e do interior.
 O passado nos amadurece, mas é o presente que nos projeta para o futuro, a posteridade.
FELICIDADES!!!

“Para onde fores, mil provações divinas te aguardam, superando-as, resplandecerás como um espírito inabalável”
                                     (Livro de Orações do Yokoshi)