sábado, 22 de dezembro de 2012

E o dia nasceu, transcorreu e se fez noite, calmamente...



E o dia nasceu, transcorreu e se fez noite, calmamente...

Apesar desse inconsciente desejo de morrer comum ao Ser Humano, nada aconteceu que quebrasse a normalidade dos dias. Fica no prego mais uma data para que os falsos arautos apregoadores tentem se explicar. Da minha janela vejo o dia se estabelecer e a vida se desenrolar. O jornaleiro separa o seu material, o verdureiro procura a melhor arrumação, como de hábito. Também vindo não sei de qual paraíso surge aquela maravilha madrugadeira balançando as cadeiras como se tivesse mola em vez de coluna na lombar. É inevitável o suspiro e o ar me chega às narinas misturado ao cheiro delicioso do café da lanchonete do seu Manel. É manhâ do dia 22 de dezembro e estou agradecido a Deus por não ter autorizado o fim do mundo.
Os sociólogos apontam que o vetor que mais progresso gera no mundo é o crime e a ilegalidade. Singelamente exemplificam que a Serralheria não teria razão de existir se as casas não precisassem de grades para se proteger. Reflito. Para que servem esses profetas e suas profecias e interpretações “de fim do mundo.” Provavelmente muitos ganham dinheiro com a expectativa do mundo acabar. Até terrenos no céu já foram vendidos, suicídios coletivos já foram praticados e outras anomalias. Muitos líderes religiosos mantêm seus rebanhos cativos acenando com espadas cortantes na língua para a morte eterna ou para vida eterna.
Herdamos da cultura judaico-cristã o conceito irracional sobre a morte como punição suprema de Deus. Quando na realidade o sofrimento pode ser castigo, mas a morte é a lei.
A mediocridade é a melhor contribuinte da bolsa dos espertalhões. Neste momento consigo ver o aglomerado que se forma no jornaleiro, provavelmente lendo as desgraças e se alimentando de carniça. O que mais lhes interessa é a vida alheia, talvez por desalento com a sua própria.
“Tudo continua como antes no quartel de Abrantes”. Eu também continuo com o meu hábito tolo de criticar o meu semelhante.
O dia vinte e um nasceu, transcorreu e se fez noite , calmamente. Quem morreu hoje é um número na Estatística Oficial. Quanto ao fim do mundo. Até a próxima predição!!!

2 comentários:

  1. É como dizem uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade, para outros, e esses outros se matam... A única coisa que não compreendo é por que se matar ao invés de ver tudo terminar com os olhos abertos.

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  2. Obrigado pelo comentário, Prezado correspondente! O medo da morte é uma indústria que movimenta bilhões. Um forte Abraço. Feliz Ano Novo!!!

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