segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O concreto e o imaginado



O concreto e o imaginado...

Nada contra qualquer coisa, entendimento, escolha ou comportamento individual. Todos devemos ter equilíbrio e liberdade de fazer opções, principalmente se neste processo de execução não houver o uso e o envolvimento de outrem sem consulta prévia. A voluntariedade é fundamental. A problemática se estabelece, cada vez mais, porque o ser humano se tornou globalizado e como tal, mais dependente. A sociedade de consumo que tem na Mídia o seu braço atuante, é onomatopaica. Há pouco só se ouvia no rádio “pagodes”. Agora é a vez do “Funk” com suas letras sem arte, seus cantores sem voz e suas obscenidades. O interessante, isto é, o assustador é que determinadas denominações religiosas seguem o mesmo estilo, o mesmo padrão mental e a má-educação.
Se fôssemos analisar pelo Erotismo, poderíamos contemporizar apontando que a Literatura Universal tem seus expoentes, poderíamos citar até alguns textos sagrados. No entanto, ao que parece, nos dias atuais, as pessoas não acreditam na inteligência perceptiva do outro. O sugerir parece não ser suficiente para gerar o “link” de complementação. Se nas novelas televisivas, quando o Diretor quer uma cena íntima de um casal, os artistas têm que tirar a roupa, irem para a cama e o masculino tem que entrar com o quadril entre as pernas do feminino, em adução. Acredito que julguem que não somos capazes de imaginar. Aí está a questão. Os nossos doutos são aplaudidos exatamente por nos negar o pouco que a indústria televisa poderia nos preservar, para não atrofiar de vez, a capacidade de imaginar.                    
  Na realidade, na febre do “concreto” que o mundo aderiu, o mais sutil foi perdendo espaço. No entanto, tudo que se materializa, antes foi concebido imaterialmente. Principalmente nas relações amorosas essa verdade se agiganta. A verdadeira entrega de amor é mental em sua maior porção, embora os cinco sentidos sejam a ligação entre esses dois mundos, o mental e o físico.
Como exemplificação do conteúdo, publico a bela poesia de um clássico de nossa literatura que com maestria soube contar a entrega total do amor em sua simplicidade.
Vai também como um presente singelo para todos que ardentemente amam e fazem feliz a pessoa amada.



Delírio
(Olavo Bilac)
Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.

Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
Mais abaixo, meu bem! ? num frenesi.

No seu ventre pousei a minha boca,
Mais abaixo, meu bem! ? disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci…



4 comentários:

  1. Antigamente sabíamos que a ignorância devia ser combatida com educação para sairmos das trevas, hoje em dia temos que combater a ignorância da ignorância e fracassamos, claro não se completa um copo cheio. A ignorância da ignorância se cerca de falsos profetas, e sua igreja da corrupção propala aos sete ventos as suas verdades inquestionáveis. Seus profetas Bial e seus apóstolos Brothers que nos julgam e nos paralisam, pois discordar de discordar é pecado... É o dogma da Mídia.
    Me desculpem postar desta forma, espero que faça sentido para alguém como faz para mim.

    ResponderExcluir
  2. Boa noite, meu Caro correspondente! Boas Festas para Você e todos os seus. Recebo seu comentário com alegria e gratidão. É assim mesmo, a vanguarda é consumista e burra. É na realidade onomatopaica, acompanha a moda, sem qualquer reflexão. Não se inquiete quanto a possibilidade de não ser compreendido. O melhor de tudo é o exercício de sua capacidade de dizer. Um forte abraço. Um Feliz Ano Novo.

    ResponderExcluir
  3. "Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott
    Um Grande Abraço, Cmt.

    ResponderExcluir
  4. SR. CORONEL, MUITO BOM GOSTO DA SUA PARTE, TRAZER ESTE LADO HUMANO DE UM POLICIAL MILITAR........ BOA NOITE. AL SD CARMO 10 PELOTÃO DA 5 C.

    ResponderExcluir